O sistema de arquivos ext3 faz parte da nova geração extended file system do Linux, sendo o padrão atual e tem como seu maior benefício o suporte a journaling e armazenamento eficiente de arquivos com até 16Gb de tamanho.
O uso deste sistema de arquivos comparado ao ext2, na maioria dos casos, melhora o desempenho do sistema de arquivos através da gravação seqüencial dos dados na área de metadados e acesso mhash a sua árvore de diretórios. Mas pode trazer impactos na performance no caso de dispositivos de memória flash e quando utiliza arquivos para armazenar o sistema de arquivos.
A estrutura da partição ext3 é semelhante a
ext2, o journaling é feito em um arquivo chamado
.journal
que fica oculto pelo código
ext3 na raiz da partição (desta forma ele não poderá ser
apagado, comprometendo o funcionamento do sistema). A estrutura idêntica da
partição ext3 com a ext2 torna
mais
fácil a manutenção do sistema, já que todas as ferramentas para recuperação
ext2 funcionarão sem problemas.
Para criar uma partição ext3, utilize o comando mkfs.ext3 ou o mkfs.ext2 junto com a opção -j. As opções usadas pelo mkfs.ext3 são idênticas a do mkfs.ext2 (documentado em “Criando um sistema de arquivos EXT2 em uma partição”). A única vantagem desta ferramenta comparada ao mkfs.ext2 é que a opção -j é automaticamente adicionada a linha de comando para criar um sistema de arquivos com journal. Se você é daqueles que querem ter um controle maior sobre o tamanho do arquivo de journal, use a opção -J [tam] (onde tamanho é o tamanho em Megabytes).
Quando uma partição ext3 é criada, o arquivo
.journal
é criado no raíz da partição, sendo usado para
gravar os metadados das transações de journaling. A estrutura da partição ext2
não difere em nada da ext3, a não ser este arquivo e a opção "has_journal" que
é passada a partição.
Por exemplo, para criar uma partição ext3 em /dev/sda1
:
mkfs.ext3 /dev/sda1 ou mkfs.ext2 -j /dev/sda1
Basta agora montar a partição com o comando mount /dev/sda1 /teste -t
ext3
(para montar a partição em /teste
. Após
isto, modifique o /etc/fstab
para montar a partição como
ext3 quando o Linux
for iniciado.
Para mais detalhes veja “Montando (acessando) uma partição de
disco”.
).
Caso o suporte a ext3 tenha sido compilado no kernel, ele
tentará
detectar
e montar a partição como ext3, caso contrário, ele usará
ext2.
Sua partição agora está montada como ext3, para conferir
digite: df -T
.
OBS: Quando criar um sistema de arquivos
ext3 em uma partição raíz (/
), tenha
certeza de incluir o suporte a ext3 embutido no kernel,
caso contrário a partição será montada como ext2.
As instruções para criar um sistema de arquivos ext3
em um
arquivo não difere muito das instruções de “Criando um sistema de arquivos
EXT2 em um
arquivo”, apenas utilize a opção -j
ou -J [tamanho_em_mb] (como explicado em “Criando um sistema de arquivos
EXT3 em
uma partição”).
Se você já possui um uma partição ext2 e deseja converte-la para ext3 isto poderá ser feito facilmente, de forma segura (sem qualquer risco de perda de dados) e você poderá voltar para o sistema ext2 caso deseje (veja “Convertendo de EXT3 para EXT2”).
Primeiro, execute o comando tune2fs na partição
que deseja
converter com a opção -j ou -J
[tamanho_journal] para adicionar o suporte a Journaling na partição.
Este comando poderá ser executado com segurança em uma partição
ext2 montada, após converter remontar a partição usando
os
comandos umount /particao
e mount
/particao
.
Após a conversão para ext3 é desnecessária a checagem periódica do sistema de arquivos (que por padrão é após 20 montagens e a cada 30 dias). Você pode desativar a checagem após o número máximo de montagens com a opção -c [num_vezes], e o número de dias máximos antes de verificar novamente com a opção -i [num_dias] (o uso de 0 desativa). Por exemplo:
tune2fs -c 0 -i 90 /dev/sda2
Desativa a checagem após número máximo de montagens (-c 0
) e
diz para a partição ser verificada a cada 90 dias (-i 90
).
O último passo é modificar o /etc/fstab
para que a
partição seja montada como ext3 na inicialização e depois
desmontar (umount /dev/sda2
e remonta-la (mount /dev/sda2)
para usar o suporte ext3. Confira se ela está usando
ext3 usando o comando df -T
.
OBS: Caso a partição convertida para
ext3 seja a raíz (/
), tenha
certeza
de
incluir o suporte a ext3 embutido no kernel, caso
contrário, a partição será montada como ext2.
Remover o suporte a ext3 de uma partição é simples, rápido e seguro. Execute os seguintes passos:
-
Execute o comando
tune2fs -O^has_journal /dev/sdxx
na partição que deseja remover o Journal. Este comando poderá ser executado em uma partição montada. -
Modifique o
/etc/fstab
e altere a partição para ext2. -
Desmonte e monte novamente a partição com os comandos:
umount /dev/hdxx
emount /dev/sdxx
. -
Pronto! a partição agora é novamente uma partição ext2 normal, confira digitando
df -T
.
Pronto, o suporte a ext3 foi removido do seu sistema e
agora poderá usar a partição como ext2 normalmente
(confira digitando df -T
).
O comando e2label é usado para esta função.
e2label [dispositivo][nome]
Onde:
- dispositivo
-
Partição que terá o nome modificado
- nome
-
Nome que será dado a partição (máximo de 16 caracteres). Caso seja usado um nome de volume com espaços, ele deverá ser colocado entre "aspas".
Se não for especificado um nome, o nome atual da partição será mostrado. O nome da partição também pode ser visualizado através do comando dumpe2fs (veja “dumpe2fs”).
Exemplo: e2label /dev/sda1 FocaLinux
, e2label
/dev/sda1 "Foca Linux"
O utilitário mklost+found cria o diretório
especial
lost+found
no diretório atual.
O diretório
lost+found
é criado automaticamente após a formatação da
partição com o mkfs.ext2, a função deste diretório
é
pré-alocar os blocos de arquivos/diretório durante a execução do programa
fsck.ext2 na recuperação de um sistema de arquivos
(veja
“Checagem dos
sistemas de arquivos”). Isto garante que os blocos de disco não
precisarão ser diretamente alocados durante a checagem.
mklost+found
OBS: Este comando só funciona em sistemas de arquivos ext2/3/4
Exemplo: cd /tmp;mklost+found;ls -a
Mostra detalhes sobre uma partição Linux.
dumpe2fs [opções] [partição]
Onde:
- partição
-
Identificação da partição que será usada.
- opções, -b
-
Mostra somente os blocos marcado como defeituosos no sistema de arquivos especificado.
Este comando lista diversas opções úteis do sistema de arquivos como o tipo do sistema de arquivos, características especiais, número de inodos, blocos livres, tamanho do bloco, intervalo entre checagens automáticas, etc.
Exemplo: dumpe2fs /dev/sda1
, dumpe2fs -b
/dev/sda1
Criar uma partição EXT2
ou um arquivo usando o
loop
? Abaixo estão algumas considerações:
-
A partição
EXT2
é o método recomendado para a instalação do GNU/Linux. -
O desempenho da partição
EXT2
é bem melhor se comparado ao arquivo porque é acessada diretamente pelo Kernel (SO). -
O arquivo
EXT2
é útil para guardarmos dados confidenciais em disquetes ou em qualquer outro lugar no sistema. Você pode perfeitamente gravar seus arquivos confidenciais em um arquivo chamadolibBlaBlaBla-2.0
no diretório/lib
e ninguém nunca suspeitará deste arquivo (acho que não...). Também é possível criptografa-lo para que mesmo alguém descobrindo que aquilo não é uma lib, não poder abri-lo a não ser que tenha a senha (isto é coberto no documentoLoopback-encripted-filesystem.HOWTO
). -
O uso do arquivo
EXT2
é útil quando você está perdendo espaço na sua partiçãoEXT2
e não quer re-particionar seu disco pois teria que ser feita uma re-instalação completa e tem muito espaço em um partição de outro SO (como o Windows).Você poderia facilmente copiar o conteúdo de
/var
, por exemplo, para o arquivoEXT2
ext2-l
criado no diretório Raíz do Windows, apagar o conteúdo de/var
(liberando muito espaço em disco) e então montarext2-l
como/var
. A partir de agora, tudo o que for gravado em/var
será na realidade gravado no arquivoext2-l
.Para o sistema acessar o arquivo, deve passar pelo sistema de arquivos
loop
eFAT32
, isto causa um desempenho menor.
Copyright © 1999-2020 - Gleydson Mazioli da Silva